quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Tão Certo como a feira de Castro



É um velho aforismo popular que usamos quando queremos validar uma afirmação que exigimos que outrem aceite como verídica.
É que a feira de Castro é uma feira secular ,com provas dadas de que a sua tradição se mantém viva ,e com as manifestações artísticas locais cada vez mais vivificadas.
Embora Castro Verde não pertença ao Sudoeste é porém uma zona limítrofe do mesmo e com ele mantém relações de comércio e culturais de relevante importância .Para citar apenas uma referirei que os dois concelhos que mais têm feito a recuperação da viola campaniça são precisamente os de Castro Verde e de Odemira.
Muita gente do Sudoeste não perde esta importante e mediática feira.
A feira de Castro foi instituída no reinado de Filipe III em 1620,estabelecendo-se logo de início que o dinheiro cobrado pelos terrados, espaço onde eram montadas as barracas utilizadas pelos feirantes se destinava à reconstrução da “Igreja das Chagas do Salvador”..
Ao longo de séculos foi ganhando importância na troca e compra de produtos e instrumentos agrícolas num distrito onde a ruralidade predominou sempre.
Mesmo o facto de muitas feiras no presente terem perdido o impacto devido à proliferação de grandes superfícies onde se compra tudo,esta feira mantém as tradições e continua a ser 
um espaço importante de negócios ,de lazer, de cultura popular ., 
Esta cultura está patente na actuação das violas campaniças e no cante de Baldão que sempre ocorre na feira.
No que respeita à parte económica os produtos à venda são:
frutos secos maçãs ,as mantas, as vergas objectos de barro de artesãos de povoações do distrito como Beringel,Trigaxes etc.
calçado e quinquilharias cobres ,artesanato de madeira etc..
É muito heterogénea a grande mole humana que demanda esta feira.:ciganos, .tendeiros, negociantes de gado ,visitantes procurando diversões etc. etc. .
Também é visitada por muitos intelectuais ,estudiosos e amantes da cultura popular.
Evidentemente a feira dá uma amostragem espontânea da cultura popular dos naturais da vila e suas redondezas.
Até por isso o cante de baldão já é considerado um verdadeiro ex-libris da feira de Castro. E esta a sua catedral.
Para terminar queria salientar que esta feira , a maior do Baixo Alentejo é um acontecimento de cariz económico ,uma ocasião especial para os agricultores renovarem o seu rol de alfaias agrícolas , que proporciona momentos de lazer e de diversão e que é uma fonte de estudo da cultura alentejana “in loco.”