terça-feira, 29 de janeiro de 2013

SÉ CATEDRAL DE ÉVORA


IGREJA DE S. ANTÓNIO EM CAMPO MAIOR FOTO STANLEY MOORE






IGREJA DA MINA DE S. DOMINGOS MERTOLA


Cabrão do Dono



Noite riscada de negrume e silêncio, mãe ou madrasta? Nos cerros da Alagoinha um pássaro tresnoitado piava o seu fracasso ou secundava-lhe a empresa timorata? Cúmplice ou delator? Como sabê-lo?
Já lhe não bastava ter que passar rente ao cemitério! Aí então um frémito de terror irrompera dentro de si. Porém nada o detém.
Ao ombro a saca de empreita. Na mão, a lanterna velha e ferrugenta de ir ao candeio.
O meloal estendia-se por uma vasta córrega a corga de trás dos cerros da Alagoinha.
Melão que vinha «no cedo», melão temporão, nada serôdio que punha a boca tão em água como o beijo de moçoila- coelha brava em tempo de cio.
Brilham-lhe os olhos na noite negra como dois vaga-lumes.
Incidindo a lanterna, os melões amarelejando, amarelejando…
Por detrás «carconso» vem Chico Enterrador e munido dum «fascoto» arreia duro na «lombeira» de Tó Sarilhos.
Um grito lancinante rasgando a noite:
Quem é o cabrão que me está batendo?!
Chico Enterrador entre irado e irónico;

È o cabrão do dono!

Ecoando pelos cerros da Alagoinha:

CABRÃO do dono……CABRÃO do dono…

Do meu livro editado recentemente "Cozendo o Pão ,Costurando aVida"

sábado, 26 de janeiro de 2013

POEMA DEDICADO Á ALDEIA DE FIGUEIRA DE CAVALEIROS



Minha Aldeia minha Aldeia
Está cada vez mais vaidosa
Por aumentar dia a dia
Sente-se toda orgulhosa


Estava cercada de pitas
Era o que aqui existia
Mesmo assim ainda havia
Umas festas tão bonitas
As moças com várias fitas
Feitas á luz da candeia
Ás vezes vêem-me á ideia
Aqueles tempos de outrora
Fáz muita diferença agora
Minha Aldeia minha aldeia

Já tem um bom balneário
Um tanque para lavadeiras
Por ser ela das primeiras
Já sonha num infantário
Também tem no calendário
Um lar para pessoa idosa
Está linda como uma rosa
Nestes dias festiváis
Por esta e outras mais
Está cada vez mais vaidosa

Já tem água canalizada
Esgotos e iluminação
E tambem vai ter então
Sua Igreja restaurada
Tem seus bairros á entrada
Que é uma categoria
Tem Sede de Freguesia
Tudo isto é importante
Está toda radiante
Por aumentar dia a dia

Para que ainda melhor esteja
E dar fim á sua mágua
Quer um Orinol e respectiva água
No largo da sua Igreja
Para quando passar quem seja
Desse beneficio gosa
Sacia a sede amargosa
Sem icomodar ninguém
Mesmo só com o que tem
Sente-se toda orgulhosa.

António Canilhas 1983

domingo, 20 de janeiro de 2013

ALENTEJO DE OUTROS TEMPOS DESFILE DE CARRADAS DE CEREAL NA FEIRA DE S. JOÃO EVORA ONDE O SABER E O BRIO DOS SEUS EXECUTANTES SE ENCONTRA ALI BEM PATENTE


ALENTEJO DE OUTROS TEMPOS PAUSA NO TRABALHO PENOSO DO DIA A DIA FOTO ANTÓNIO PASSAPORTE


ALENTEJO DE OUTROS TEMPOS A VER O TEMPO PASSAR SENTADA JUNTO A ESTA CASA TIPICA DA ÉPOCA


ALENTEJO DE OUTROS TEMPOS CASAL DE PASTORES EM CABEÇO DE VIDE FOTO PADRE AUGUSTO SERRAS







Retrato escrito da planície há 60 anos atrás




Estamos no fim do mês de Junho e o dia amanheceu quente. Na planície, não se vê uma árvore que faça sombra na imensidão das searas a perder de vista; desde o nascer do sol que o rancho da ceifa labuta de corpos vergados sobre a terra, sempre na mesma cadência: a cada dois lances o ceifeiro faz o mantulho, com mais dois lances pousa a mancheia, que o atador vai juntando até encher o atilho, e com duas joelhadas aperta o molho e faz o “ferrolho”. Por volta das nove horas, vem o almoço, numas marmitas de esmalte dentro de um alforge ao lombo de uma muar. O manajeiro dá ordem para ir à bucha e os ceifeiros lá podem descansar, enquanto comem as sopas de batata – com o pique de toucinho frito para tirar gordura e para temperar as sopas. Mal acabam de comer, logo se ouve a voz do manajeiro: “Vá arriba, que temos que ir fazer qualquer coisa ao homem” e lá voltam de novo os ceifeiros à sua triste sina de juntar com as duas mãos o que outros espalharam com uma. O Sol, cada vez mais alto e mais quente, parece querer incendiar os corpos cansados, secando o suor que vai formando cristais de sal nas costas das camisas. É meio-dia pelo Sol, e o manajeiro dá ordem de largar para o jantar; agora o rancho tem hora e meia para comer e descansar. Mas que descanso: o Sol parece um braseiro e sombra não há… só resta comer o jantar de grãos com chanfana à torreira do Sol, com algum mais bem governado armando o sombreiro para conseguir algum conforto enquanto “engole as sopas”, outros vão juntando alguns molhos para tentar fazer uma pequena sombra sob a qual possam endireitar a espinha; outos sem sombra esperam que depressa se passe esta hora para começar a trabalhar e refrescar o corpo com o seu suor… Ah, planície alentejana, a tua paz e quietude é feita de suor e lagrimas.




quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

CEGONHA EM ALCÁCER DO SAL


ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ALCÁCER DO SAL


ALCÁCER DO SAL


ARROSAL JUNTO A S. ROMÃO ALCACER DO SAL


SOLAR DOS SALEMAS ALCACER DO SAL


CASTELO DE ALCACER DO SAL






O castelo de Alcácer do Sal, de construção muçulmana, é um dos poucos exemplares em que tecnologicamente se utiliza a taipa.

As crónicas mais antigas referem que tinha duas portas, uma a norte, chamada Porta Nova, e outra para nascente chamada Porta de Ferro. Os seus muros, construídos maioritariamente em pedra, mas possuindo alguma parte de taipa, ocupam um grande espaço sendo todos cercados por grandes torres. Entre elas encontra-se uma chamada Adaga, por ter no meio esta alma esculpida numa pedra. É de cantaria, obra fortíssima e é quadrada. Além desta existem outras trinta, todas em pedra, excepto a do relógio, e a de algique, que são de taipa, altíssimas e bem formadas.



ALCÁCER DO SAL


PONTE PEDONAL DE ALCÁCER DO SAL


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

COSTINHAS DE REQUEIJÃO FABRICO DE AMÁLIA DIOGO


ENXOVALHADA DOCE TRADICIONAL DO ALTO ALENTEJO




Enxovalhada /Alto Alentejo 
ingredientes: 
350 gr de açúcar
2 ovos
100 gr de margarina
1 colher de sopa de banha
0,5 litro de leite morno
raspa de limão
500 gr de farinha
1 colher de café de fermento 
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preparação: 
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Muma taça grande mistura-se o açúcar, os ovos, a margarina, a banha, o leite morno, o fermento, e uma raspa de limão.

Por fim junta-se a farinha.

Mete-se num pirex ou numa forma grande untada e vai ao forno média cerca de 20 minutos.
Polvilha-se com açúcar e canela. 
receita Fonte/Autoria: Paula Ferreira


SERICAIA




SERICAIA --- No Alentejo come-se e bebe-se muito bem. Comer, beber e petiscar são rituais, formas de conviver, de  bem receber, e celebrar.

PÃO DE RALA





Pão de rala -- Alentejo --- O pão de rala é uma sobremesa típica de Évora, integrando a riquíssima doçaria conventual do Alentejo

FOLHADOS DE GILA FABRICO ALENTEJANO


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

IGREJA DAS SERVAS --- BORBA



BORBA


O que eu sei sobre Borba é que se trata de uma recém cidade do Alentejo Central, sede de concelho, cuja economia assenta na exploração dos mármores de rara beleza e qualidade, muito exportados para todo o mundo sobretudo para o Médio Oriente, no vinho de elevada qualidade, onde existe uma Adega Cooperativa (por exemplo, a marca Galitos) e no azeite de grande qualidade, finíssimo e com pouca acidêz.
Ainda se pode acrescentar uma grande riqueza histórica, pois é antiquissíma, e Borba é conhecida também pelas hortas, porque se situa numa zona de vale fértil , com muita água, nomeadamente lençóis subterrâneos (as formações creio que calcárias de mármore resultam dessas mesmas caraterísticas geológicas, de muita água subterrânea). Podia falar do pão, dos queijos e enchidos, dos molhinhos, da gastronomia muito metódica.
Fui conhecendo, por acaso, várias pessoas de Borba, e o que posso afirmar é que elas partilham várias caraterísticas interessantes, são pessoas muito especiais, há ali um micro cultura, muita "sedimentação" cultural, e orgulho nas suas origens, o que sempre me criou uma enorme curiosidade em conhecer esta terra, o que fiz assim que pude, confirmando e excedendo o que eu já imaginava..

Desconheço o Autor deste texto.!!! 

ENTRADA DO CASTELO DE BORBA.


FONTANÁRIO EM BORBA