quinta-feira, 30 de abril de 2015

QUANDO O ALENTEJO CANTA ---- DÉCIMAS DE RUI SILVA


MOTE
Quando o Alentejo canta
Salta-lhe a voz a terreiro
Logo que sai da garganta
O cante é do mundo inteiro

(1)
Ainda eu era criança
Já lindas modas ouvia
E pela sua doce melodia
Tenho algumas na lembrança
Mas é a da Rosa Branca
Talvez a que mais me encanta
E por isso não me espanta
Que uma grande emoção
Invada o meu coração
Quando o Alentejo Canta
(2)
O nosso cantar é diferente
E com muita simplicidade
Se mostra a grandiosidade
Da alma da nossa gente
Dizendo assim o que sente
Esta povo tão guerreiro
Que não verga ao açougueiro
É solidário com seus amigos
E mesmo correndo perigos
Salta-lhe a voz a terreiro
(3)
Não é apenas uma paixão
Que o nosso peito encerra
É o orgulho na nossa terra
A que chamamos Nação
E para manter a tradição
A nossa vontade é tanta
Que a voz se agiganta
E é a nossa jóia da coroa
Que por esse mundo ecoa
Logo que sai da garganta
(4)
E para nosso felicidade
Tal como já era esperado
Foi nosso cante considerado
Património da Humanidade
Que pela sua notoriedade
É para todos nós lisonjeiro
E que por vir do estrangeiro
Deu a muitos grande lição
E aprovado com distinção
O cante é do mundo inteiro

Autor: Rui Silva
Arte de Leonel Borrela