terça-feira, 6 de outubro de 2015

ARLINDO MANUEL COSTA --- PARA OUVIR ESTA MÚSICA É SÓ CLICAR NO NOME DO ARLINDO JUNTO Á DATA DA GRAVAÇÃO 12 DE JULHO DE 2013



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Arlindo Manuel Costa
do havia outro, já não os vi rivalizar, mas sou do tempo em que entre eles havia uma eira onde se debulhava centeio e fava ratinha a poder de pisadelas de muares, jogadas ar ar com uma pá de madeira, logo que rebentava a maresia. Ao lado, o moinho era destrancado e as velas vociferavam assobialdelas desafiando o povoado. Daí a pouco vinha a feira, em anos chuvosos quem levasse sapato fino vinha de lá descalço.
Quem é que não se lembra, de olhos fechados, do sítio do carrocel Alverca, do circo Cardinal, do poço da morte, da barraca do tio Constantino dos bonecos, onde o Tarzanito trocava os olhos aos adversários e à assistência com fintas mirabolantes, da barraca da Beatriz e do Diamantino dos tiros onde se bebia a melhor gasosa do prémio. Quem é que não colocou, a medo, cinco tostões no par ou ímpar do gaitinha. Ou da tenda de sapatos do tio João, rei dos ciganos em Castro, onde se comia o melhor frango assado varrido pela muinha, em feira de seca. Quem é que não ficou embasbacado, até de madrugada, com as danças e cânticos dos ciganos da feira, vindos do casamento de um cigano rico...fico-me por aqui.
Só para explicar que a temática do CD "Feira de Castro" foi baseada nestas memórias e, muito humilde e modestamente, fiz questão de contribuir para avivar consciências e ajudar a preservar um património e um passado rico que merece outra atenção...não digo mais.
Abraços e disponham!