sexta-feira, 27 de julho de 2012

VOLTEI . AMIGOS E AMIGAS DO A.T.G. VOLTEI.


No meu regresso ao vosso convívio diário quero enviar um grande abraço a todos os amigos e amigas ,em especial aos que notaram a minha ausência.

Quando no inicio do mês de Junho iniciei a actividade da tiragem da cortiça pensei comigo que teria que interromper as minhas participações no face em geral e no A.T.G. em particular ,mas o vicio do face eo gosto pelo convívio diário com os amigos fez com que fosse continuando até que em dada altura comecei a acusar fadiga e cansaço o trabalho já de si é duro e depois quem vive no monte tem sempre algo que fazer ,uma horta ,uns animais , enfim coisas que sempre absorvem algum tempo,depois máis umas horas de olhos postos no computador ,quando ia para a cama era sempre por volta da uma ou duas horas para depois ter de estar a pé ás seis claro que não podia ser,uma noite adormeci com a cabeça sobre as teclas do computador e acordei quase ás horas que me deveria levantar e então disse para mim ,Manel toma juízo que já tens tamanho e idade para isso e depois disso não mais fui ao grupo .

A tiragem da cortiça ,aqui na região serrana é actividade mais árdua e dura de todas as que já efectuei não tem nada a ver com a mesma actividade na região campaniça ou na charneca já lá trabalheie é completamente diferente ,as árvores tem o tronco baixo e pernadas para o lado e o chão é direito os veiculos de transporte vão apanhar a cortiça debaixo da árvore,aqui na serra as sobreiras tem o tronco muito longo e longas pernadas há árvores muito difíceis  de subir,e os acessos são extremamente dificies antigamente a cortiça era transportada sobre o dorso das muares sobre cangalhas ,juntava-se a cortiça debaixo das árvores em pequenos montes de cerca de cinco arrobas ,setenta e cinco kilos, que era a carga considerada para uma muare transportar,com a evolução as bestas desapareceram alguns proprietários adaptaram as suas herdades ao novo meio de transporte ,tractores ou carrinhas todo-o-terreno mas grande parte dos proprietários mantém as herdades como há cinquenta anos a trás e os homens é que tem que transportar a cortiça para o local de carrego quando o acesso é no fundo da encosta tudo bem ,faz.se um molho ou feixe enorme que vulgarmente se chama um rebola muito bem apertado com uma corda e manda-se encosta abaixo e ele vai a partir mato até ao local onde chega uma viatura mas por vezes a cortiça só pode sair para cima e ai é que a porca torce o rabo,tem que mobilizar toda a jolda é assim que sechama, e lá vão todos cada um com o seu molho de cortiça aos ombros como se fosse um carreiro de formigas, mas uma coisa é certa por muito que custe por muitas gotas de suor que se deite por muito tempo que leve essa tarefa ,toda a cortiça que é extraída das árvores vai chegar toda ao local de carrego ,não é necessário que o proprietário da cortiça esteja presente pode até se encontrar a várias centenas de kilometros ,mas é uma questão de brio profissional e sentido do dever e de responsabilidade ,uma jolda que se preze não deixa um canudo ou uma prancha de cortiça no mato porque isso é um ponto de honra se ficar cortiça esquecida no mato é desprestigiante e para o grupo ea sua reputação fica em maus lençóis ,claro que que em locais inacessíveis  o que levava um dia a fazer pode levar o dobro ou máis ,é por tudo isto que esta actividade sazonal é de certeza a mais dura que existe se fosse todo o ano ou pelo menos metade do ano ninguem suportava quando alguém se refere ao salário dos corticeiros como uns prevelegiados não pensa no que eles sofrem por ribanceiras  cheias de mato ,por vezes suportando um calor abrasador enfim é a actividade da cortiça cá na serra de s. Martinho ,para o ano há mais se deus quiser.


Manuel Graça