Um espaço para revisitar as emoções vividas no Grupo do Facebook: Alentejo-Terra e Gente
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
POETAS DA NOSSA TERRA --- JOSÉ DA SILVA MÁXIMO
QUASE NO FIM
O homem vira empecilho
Velho e atacado p’lo mal;
Tenha ou não algum filho
Vai morrer ao Hospital
Meu Deus como o homem fica
Quando a vida está no fim!
É a fase mais ruim
Que o nosso destino indica;
De forte passa a medrica,
Já nem conhece o seu trilho,
É p’rá família um peguilho
Volta aos tempos de criança,
Conforme a idade avança
O homem vira empecilho.
Sempre a velhice foi dura
Feia, triste até mais não;
É digna de compaixão
A realidade mais pura.
Se a força nos não atura
Torna-se a vida banal,
O homem fica afinal
Em situação comovente,
Logo que um dia se sente
Velho e atacado p’lo mal.
Em tempos que já lá vão
Não metia tanto medo,
A mulher não tinha emprego
A não ser de ocasião;
Sentia satisfação
Em tratar os pais com brilho;
Agora é um espartilho
Não poder ser como era
O velho sabe o que o espera
Tenha ou não algum filho.
Hoje os filhos não podiam
A seus pais se dedicar;
Mesmo que quisessem dar
O amor que eles queriam.
Só p’ra herdar serviriam
Haver filhos do casal,
A vida não é igual,
O velho fica a saber
Se lhe faltar o poder
Vai morrer ao Hospital.
Poeta Alentejano José da Silva Máximo.!!!!
Meu Deus como o homem fica
Quando a vida está no fim!
É a fase mais ruim
Que o nosso destino indica;
De forte passa a medrica,
Já nem conhece o seu trilho,
É p’rá família um peguilho
Volta aos tempos de criança,
Conforme a idade avança
O homem vira empecilho.
Sempre a velhice foi dura
Feia, triste até mais não;
É digna de compaixão
A realidade mais pura.
Se a força nos não atura
Torna-se a vida banal,
O homem fica afinal
Em situação comovente,
Logo que um dia se sente
Velho e atacado p’lo mal.
Em tempos que já lá vão
Não metia tanto medo,
A mulher não tinha emprego
A não ser de ocasião;
Sentia satisfação
Em tratar os pais com brilho;
Agora é um espartilho
Não poder ser como era
O velho sabe o que o espera
Tenha ou não algum filho.
Hoje os filhos não podiam
A seus pais se dedicar;
Mesmo que quisessem dar
O amor que eles queriam.
Só p’ra herdar serviriam
Haver filhos do casal,
A vida não é igual,
O velho fica a saber
Se lhe faltar o poder
Vai morrer ao Hospital.
Poeta Alentejano José da Silva Máximo.!!!!
POETAS DA NOSSA TERRA --- MANUELA MEDEIROS
EU AMO
Eu amo as estrelas
Amo o sol
Eu amo a lua
Adoro estar por perto delas
Quando brilham na minha rua
Amo tudo o que está longe
Tudo aquilo que não vejo
É tudo aquilo que não toco
Que mata mais o meu desejo
Amo aquilo que mais gostava
De poder ter, ao pé de mim
Mas só aquilo que está longe
É uma mania que não esconde
A vontade de amar assim
É a saudade do amor
A distancia do olhar
Amo aquilo que imagino
E que não posso tocar
Amo o universo
Os astros e o infinito
Sentada na minha rua
Vejo tudo tão bonito...
M.Medeiros 27/11/2012
Adoro estar por perto delas
Quando brilham na minha rua
Amo tudo o que está longe
Tudo aquilo que não vejo
É tudo aquilo que não toco
Que mata mais o meu desejo
Amo aquilo que mais gostava
De poder ter, ao pé de mim
Mas só aquilo que está longe
É uma mania que não esconde
A vontade de amar assim
É a saudade do amor
A distancia do olhar
Amo aquilo que imagino
E que não posso tocar
Amo o universo
Os astros e o infinito
Sentada na minha rua
Vejo tudo tão bonito...
M.Medeiros 27/11/2012
POETAS DA NOSSA TERRA --- GRAÇA BASILIO
POEMA ÁS MÃOS
Benditas as mãos que acariciam
Bondosas as mãos que partilham
Belas são as mãos que oferecem
O aperto de mão que muitos carecem
Poderosas as mãos que curam
Pelos médicos realizam cirurgias
Enrugadas as mãos dos velhinhos
Que semearam na vida alegrias
Unicas as mãos das Mães que afagam
O seu filho no seu belo manto
Tristes as mãos dos mendigos
Que se estendem a mendigar
Que sofrem de frio ao relento
Que nem força tem para abraçar
Puras são as mãos das crianças
Que inocência no seu traquino brincar
Belas são as mãos dos poetas
Que se inspiram neste doce rimar
Graça Basilio
Belas são as mãos que oferecem
O aperto de mão que muitos carecem
Poderosas as mãos que curam
Pelos médicos realizam cirurgias
Enrugadas as mãos dos velhinhos
Que semearam na vida alegrias
Unicas as mãos das Mães que afagam
O seu filho no seu belo manto
Tristes as mãos dos mendigos
Que se estendem a mendigar
Que sofrem de frio ao relento
Que nem força tem para abraçar
Puras são as mãos das crianças
Que inocência no seu traquino brincar
Belas são as mãos dos poetas
Que se inspiram neste doce rimar
Graça Basilio
POETAS DA NOSSA TERRA --- MANUEL DA SILVA GRAÇA
Não sou poeta ,mas faço
Esta simples poesia
Nestes meus versos que traço
Onde me enleio e me enlaço
Em motes de fantasia
Não sou poeta mas tenho
Esta poesia em mim
Sem me esquecer de onde venho
Nestes versos me detenho
Porque tem que ser assim
Não sou poeta , mas sou
Simples improvisador
Sem saber para onde vou
Nestes versos que vos dou
Meus dotes de trovador
Não sou poeta,mas quero
A poesia louvar
Com este gesto sincero
Porque eu assim considero
O meu geito de rimar
Não sou poeta , mas vejo
Na poesia uma luz
É por isso que desejo
Mostrar todo o meu ansejo
Que a poesia produz
Mas se isto é poesia
De uma maneira correcta
Eu sinto enorme alegria
Por rimar em sintonia
Mesmo sem eu ser poeta
Manuel Silva Graça
Não sou poeta mas tenho
Esta poesia em mim
Sem me esquecer de onde venho
Nestes versos me detenho
Porque tem que ser assim
Não sou poeta , mas sou
Simples improvisador
Sem saber para onde vou
Nestes versos que vos dou
Meus dotes de trovador
Não sou poeta,mas quero
A poesia louvar
Com este gesto sincero
Porque eu assim considero
O meu geito de rimar
Não sou poeta , mas vejo
Na poesia uma luz
É por isso que desejo
Mostrar todo o meu ansejo
Que a poesia produz
Mas se isto é poesia
De uma maneira correcta
Eu sinto enorme alegria
Por rimar em sintonia
Mesmo sem eu ser poeta
Manuel Silva Graça
terça-feira, 27 de novembro de 2012
MINEIROS NUM ABRAÇO DE COMPANHEIRISMO
Mineiro de Ajustrel
A tua vida corre perigo
No tunel no meio do fogo
És colega e és amigo
Suas a tua farda
Nessas pirites tão duras
É o teu ganha pão
Palco das tuas amarguras.!!!
Nessas pirites tão duras
É o teu ganha pão
Palco das tuas amarguras.!!!
domingo, 25 de novembro de 2012
TAPETES DE ARRAIOLOS
SABIA QUE...o MAIOR TAPETE de ARRAIOLOS do MUNDO está em exposição no 1º andar do Multiusos de Arraiolos até ao próximo Domingo?
O início da manufatura de um Tapete de Arraiolos de grandes dimensões marcou a edição deste ano d' “O Tapete está na rua”.
É um tapete com cerca de 120 metros quadrados que está a ser, exclusivamente, trabalhado e manufaturado por tapeteiras de Arraiolos. Este Tapete de Arraiolos de grandes dimensões vai demorar “um ano até ficar concluído”, e pretende “vir a representar uma afirmação da identidade local” e “chamar a atenção para a necessidade da certificação” (Jerónimo Lóios, presidente da CM Arraiolos)
sábado, 24 de novembro de 2012
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
SECRETOS DE PORCO COM CASTANHAS
Secretos de Porco com Castanhas....
Ingredientes:
Secretos de Porco preto
200 g de castanhas
3 chalotas (usei cebolas)
3 dentes de alho
Azeite Virgem Extra Espiga
2,5 dl de vinho tinto
Sal e pimenta q.b.
Cozem-se as castanhas em água a ferver.
Numa frigideira fritam-se os secreto cortados às tiras com um fio de Azeite Virgem Extra Espiga, as chalotas cortadas ao meio e os dentes de alho inteiros. Rega-se com o vinho e deixam-se cozer e apurar.
Adicionam-se as castanhas, tempera-se a gosto e salteia-se tudo muito bem. Serve-se de imediato.
200 g de castanhas
3 chalotas (usei cebolas)
3 dentes de alho
Azeite Virgem Extra Espiga
2,5 dl de vinho tinto
Sal e pimenta q.b.
Cozem-se as castanhas em água a ferver.
Numa frigideira fritam-se os secreto cortados às tiras com um fio de Azeite Virgem Extra Espiga, as chalotas cortadas ao meio e os dentes de alho inteiros. Rega-se com o vinho e deixam-se cozer e apurar.
Adicionam-se as castanhas, tempera-se a gosto e salteia-se tudo muito bem. Serve-se de imediato.
SONHOS DE ABÓBORA
Sonhos de Abóbora
ingredientes:
2,5 dl de leite
100 gr de manteiga
sal q.b.
1 casca de limão
300 gr de farinha
900 gr de abóbora cozida em puré
4 ovos
óleo prara fritar
açúcar
canela em pó
preparação:
Num tacho leva-se ao lume o leite, a margarina, o sal e a casca de limão.
Quando ferver junta-se a farinha e mexe-se bem até a massa se soltar do tacho.
Retira-se a massa para uma tigela e deixa-se arrefecer.
Retira-se a casca de limão e junta-se a abóbora aos poucos, amassando bem entre cada bocado que junta.
Adicione os ovos, um por um.
Bata bem e frita a massa ás colheradas numa frigideira com óleoo bem quente.
Escorra e polvilhe com açúcar e canela.
1 casca de limão
300 gr de farinha
900 gr de abóbora cozida em puré
4 ovos
óleo prara fritar
açúcar
canela em pó
preparação:
Num tacho leva-se ao lume o leite, a margarina, o sal e a casca de limão.
Quando ferver junta-se a farinha e mexe-se bem até a massa se soltar do tacho.
Retira-se a massa para uma tigela e deixa-se arrefecer.
Retira-se a casca de limão e junta-se a abóbora aos poucos, amassando bem entre cada bocado que junta.
Adicione os ovos, um por um.
Bata bem e frita a massa ás colheradas numa frigideira com óleoo bem quente.
Escorra e polvilhe com açúcar e canela.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
A Matança do Porco
A matança anual do porco, criado no curral por cada família, assumiu-se como um evento importantíssimo, hás uns tempos atrás.
O porco tinha um papel importante, porque um porco era a coisa mais bem aproveitada que podia haver.
A carne do porco tinha de dar para o ano inteiro, e a única forma de a conservar era através de métodos ancestrais, como a salga – para presuntos e toucinhos, a conserva na manteiga – para os lombos, os enchidos de fumeiro - chouriça e chouriça preta, palaios (paios).
A própria banha, para cozinhar e barrar o pão, desempenhava o papel das margarinas o ano inteiro.
Cada peça do porco tinha um sabor e um destino diferentes:
Os pézinhos para a coentrada. As tripas para a couve. A papada para comer em talhadas fritas com pão, de manhã com o café.
Os presuntos só se podiam partir de Junho em diante, não sei se por ser nessa altura que a cura de sal terminava, ou se era por ter acabado a chouriça.
As peças de lombo frito ou costela, conservados em manteiga vermelha numa panela de esmalte, em zonas interditas da despensa, eram para servir apenas nas ocasiões em que se recebiam visitas importantes.
O dia da matança, lembro-me, era sempre um sábado frio, de Novembro em diante.
Quando fossem boas luas.
A lua tinha uma importância decisiva, e contavam-se histórias de salgadeiras putrefactas, de matanças que a desafiaram, julgo, em quarto minguante.
Os preparativos começavam na véspera, com o porco a fazer uma dieta ligeira, como nós fazemos agora, quando vamos medir o colesterol.
Havia uma movimentação diferente.
Por vezes, o dono nem dormia - tinha dó do porco.
Um belo sovão, gordo e luzidio, de boa boca, que deixava chegar à mão e quase fazia parte da família.
Mas tinha mais dó da barriga dos filhos.
...
Numa esquina abrigada, uma banca de madeira.
Uma rua do Monte, em terra, varrida com uma vassoura de resmono. Ou de lentisco.
Uma balança de vara, e um pau para meter ao ombro.
Uma caiadela na casa.
A manhã começava cedo, com o juntar dos homens.
Um copo de aguardente, tapado com uma filhó.
A aguardente serve para surpreender os homens, fazendo-os encontrar uma coragem que julgam não ter.
Amarrar o bicho, encaminhá-lo para junto da banca. Segurá-lo com força, stress no animal porco e stress no animal homem, até que se dava, enfim, a facada.
Certeira, sem furar o cano do vento.
Os grunhidos faziam as crianças pequenas chorar, e correr para dentro da casa, vazia, sem mulher que lhe valesse, todas a aparar o sangue. Mexer o sangue com vinagre e alhos, para fazer a Moleja, ao lume num tacho de arame.
Não era de cobre, era de arame.
Cabia a elas irem lavar as tripas no barranco. Em água corrente que levasse a merda toda barranco a baixo.
As delgadas para encher, em chouriças, e as tripas grossas para comer no jantar de couve.
Voltavam lavadas, cheias de rodelas de laranja. A laranja , creio, por ser o aromático mais à mão para tirar o cheiro das tripas.
Chamuscar o animal, com tojos na ponta de uma forquilha, ou com um maçarico ligado a uma garrafa de gaz.
Musgadeiras, facas pretas, tisnadas, sem lâminas, para raspar a pele de fora sem raspar a carne, preciosa.
As unhas, que só saem a arder, e é para o valentão de serviço. E havia sempre um.
E para depois lavar, um velhote. Já sem força na faca, nem no resto, para despejar a água, com um púcaro, enquanto os outros raspavam com força.
«Desmanchar» o porco, com os preceitos transmitidos pelos antepassados, que nunca conheceram a «costeleta» cortada por uma serra eléctrica. A costela sim, que agora se chama entrecosto.
«Queres ver o teu corpo, abre um porco». Nunca disseram para que animal se devia olhar para ver a alma, mas ao ver o olhar do porco, agonizante, supus que a agonia fosse igual para todos, mesmo para os humanos.
Sacos de farinha em papel estendidos no chão para dispor a carne: os presuntos, as espádas, o toucinho, as banhas para fritar e fazer manteiga e torresmos. Do rissol.
A cabeça, com os queixos para assar uma destas noites.
Os ossos da espinha, as orelhas.
A carne diversa, para as chouriças, para ser picada dois dias mais tarde e misturada com alho, vinho,
pimentão vermelho moído. Outra, num alguidar mais pequeno, com diferente cheiro, com sangue e cominhos, para a chouriça preta.
Um novato aventurava-se a fazer a goela, a atar a tripa do cú.
Porque tirar as tripas é tarefa de especialista. Delicada. Feita com a precisão de um cirurgião, com um canivete afiadinho. A ver se não «havia azar».
Não se podia dizer em que poderia consistir o azar, e por momentos cheguei a pensar que «azar» podia ser o porco ressuscitar, desafiando as leis da vida e da morte.
Mas, das vezes em que houve azar, foi um azar muito mal cheiroso, que fez andar tudo numa correria.
E o homem que teve o azar, mal comeu umas três sopas de Moleja, consternado.
Na pesagem, tirava-se um quilo para o queixo.
E se o porco fosse comprado, pertencia ao dono oferecer previamente os lombinhos, ou «lagartinhos», para o petisco,
previamente à pesagem.
As sopas de pão da moleja, quadradas. Diferentes das sopas dos jantares de feijão, ou de chicharos.
Com cacholas e bofes do porco. A cachola é a dura e o bofe é o mole. E o coração que é elástico.
O meu também é.
As primeiras carnes eram grelhadas com sal grosso nas brasas da fogueira e depois com alhos e coentros picados por cima e um fiozinho de azeite.
Uma vinhaça da boa em garrafão de palhinha. Oferecido por quem não vende para fora.
Mas se vendesse, de repente todas as marcas, mesma as de preços proibitivos perdiam todo o interesse.
Porque a pinga caseira é infinitamente melhor, e sabia mesmo a vinho de uvas, a fruta, a madeira, sabores intensos que nunca encontrei em nenhuma garrafa.
Hoje, julgo a tradição da matança do porco é proibida, embora se suponha que ainda possa ser praticada em segredo.
Todavia, a carne que encontramos disposta nos pontos onde a compramos, antes de pertencerem ao dono da loja, também pertenceram antes a um animal vivo…
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