quinta-feira, 15 de novembro de 2012


Na Taberna 

À mesa da taberna os homens começaram por beber vinho e falar em poucas palavras. O vinho - e que bom que ele era – bebiam-no em copos pequenos porque assim sabia ainda melhor. Copo atrás de copo, facilmente perderam a conta às vezes que os subiram à boca, cheios, e os poisaram na mesa, vazios, para alguém os voltar a encher. 

Vá mais uma rodada!


A pouco e pouco os homens já falavam com mais palavras, muitas mais, mas dizendo coisas com menos sentido . O vinho era bom. As maçãs, o queijo e as azeitonas já tinham escorregado goela abaixo envolvidas pelo tinto e pelo pão caseiro.



Vá mais um copo!



O vinho era realmente bom. À mesa da taberna já se cantava. E como se cantava com vinho na dose certa. Outra rodada e mais outra e muitas mais. Já com as facas do petisco nas algibeiras, os homens lançavam-se desamparados e de peito cheio para as modas fortes, arrastadas. Não acabavam uma para logo começarem outra. À mesa já havia pelo menos dois a fazer a voz de alto. Outros dois desafinavam e não se davam conta. O outro olhava às horas e não via o relógio.



Por trás do balcão o taberneiro apagava a televisão e olhava às horas. No relógio via que estava na hora de fechar a porta. 



Amanhã há mais, meus amigos. Está na hora. Já sabem que aqui na taberna do Etelvino nunca se acaba o vinho! Fp